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ATLANTIC HUB leva cerca de 600 empresários brasileiros a conhecer o ecossistema português [Atlantic Hub]

Matosinhos debateu Oportunidades e Desafios no Norte de Portugal na Conferência Atlantic Talks

Esta segunda-feira, dia 19 de setembro, a Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos, foi palco da Conferência organizada pela ATLANTIC HUB, em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos e do escritório de advogados Brasil Salomão, e com o apoio da agência de marketing digital Bauc..

A iniciativa desencadeada pela autarquia de Matosinhos, inserido no mês das empresas “Be Matosinhos”, debateu “fórmulas” de como inserir o seu negócio no norte e discutiu diversos temas como a internacionalização, sustentabilidade e felicidade no trabalho – uma das tendências refletidas pelo Grupo Lionesa.

Portugal como porta de entrada para a Europa

Eduardo Migliorelli, explica-nos que a sua ideia de negócio surgiu após vários amigos lhe terem dito que não tiveram sucessos empresariais em Portugal. Foi então que percebeu que tinha uma dor para resolver. Para o auxiliar, juntou-se a um escritório de advogados, a Brasil Salomão, e fundou, em 2016, a ATLANTIC HUB. 

O propósito da empresa é apoiar empresários brasileiros na internacionalização do seu negócio, considerando Portugal como porta de entrada para a Europa, através de consultoria, atendimento, estudos de mercado e go to marketing. Auxilia também o desenvolvimento de parcerias, sinergias e networking. Neste momento, de acordo com o CEO da ATLANTIC HUB, “está a decorrer a Missão Empresarial Web Summit 2022, que começou em 2017 com 30 empresários e este ano conta com cerca de 600 brasileiros”.

A ATLANTIC HUB, em agosto, realizou o evento Atlantic Connection em São Paulo, Brasil, no qual um dos moderadores da Conferência Atlantic Talks Matosinhos, Fernando Senise, sócio da Brasil Salomão, fez parte do painel. Participaram 300 brasileiros, e quando Eduardo Migliorelli subiu ao palco e perguntou “quem tem interesse em ir para Portugal no prazo de 6 meses a um ano?”, “praticamente todos levantaram a mão, o que me fez pensar – onde é que vamos construir casa e empresa para todas estas pessoas”, declarou Eduardo Migliorelli.

A preocupação do CEO da ATLANTIC HUB é que, por vezes, o negócio destes empresários não têm lugar em Portugal, por isso a sua empresa analisa o mercado, cria uma estratégia delineada, um business plan e plano de marketing para se atinja o sucesso. A maioria dos seus clientes veio para ficar, sendo que a grande parcela instalou-se em Cascais, outros no norte de Portugal.

“Identificámos uma atitude global em Portugal e vimos facilidade pela língua ser a mesma. Somos uma startup e atendemos 53 países. Repetimos a nossa cultura de empresa feita no Brasil na região norte de Portugal, onde a aderência é muito forte”, segundo Marcelo Bastos, Diretor Comercial e Administrativo da Sizebay Portugal e Brasil.

Matosinhos, a cidade das oportunidades

O concelho de Matosinhos, um território cheio de possibilidades, abre portas a diversos projetos, exemplo disso é a Farfetch, o primeiro unicórnio português, situado na Lionesa Business Hub. A localização e as infraestruturas na região norte são outros fatores chave a ter em conta. 

O norte contém a força motora de vários setores chave da economia portuguesa, como o setor industrial, têxtil, imobiliário e calçado, por exemplo, e a proximidade litoral é um fator determinante e essencial no escoamento das mercadoria correspondentes, seja pela via marítima ou pela via aérea, o que propicia mobilidade às empresas. O Porto de Leixões que, segundo a autarca Marta Pontes, “exporta para mais de 184 países e tem um impacto muito significativo a nível regional e nacional, tanto no seu número de negócios como na empregabilidade”. O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, ao possibilitar que os turistas visitem a cidade, permite também a dinamização dos negócios locais. 

“É o município com maior volume de negócios. Temos 18% de empresas exportadoras que muito se beneficiam destas infraestruturas”, afirma a vereadora. A nível de salários, de acordo com Marta Pontes, é o concelho que oferece condições de remuneração superiores à média nacional. 

A comunidade estrangeira contribui para o crescimento e inovação do mundo empresarial de Matosinhos. Neste momento, o município é procurado por grandes investidores e empresários brasileiros, inicialmente movidos sobretudo pelo setor imobiliário, mas também pelo tecnológico, “que começam agora a interessar-se pelo investimento de empresas instaladas na autarquia”, declara Marta Pontes.

Para Miguel Kramer, Of Counsel no escritório de advogados Brasil Salomão, estes são os fatores essenciais a ter em conta quando vão aconselhar e fazer assessoria com o empresário estrangeiro. “É também extremamente importante para uma empresa que o município ofereça soluções de habitação para que os recursos humanos estejam perto”. “As empresas não vivem sem recursos humanos, mas também para nós, como empreendedores, é importante gostarmos do sítio onde vivemos”, afirma Luís de Matos, Chairman & CEO da Follow Inspiration. 

Não são especificamente as regras jurídicas, mas a sensibilidade de entender o mindset cultural e empresarial que determinam uma situação confortável a médio prazo, segundo Miguel Kramer.

 Matosinhos promove networking

A Câmara Municipal tem o registo de novas empresas que são criadas e realiza um encontro para que todos se possam conhecer e criar laços e interações. “Temos de tentar perceber como é que as pessoas gostam de interagir em comunidade e proporcionar ao máximo o espírito para que o networking aconteça”, refere a vereadora Marta Pontes. Entender as empresas e stakeholders mais antigos, e os mais conservadores, é também outra preocupação do município para que se construa uma ligação forte e possibilite networking. 

“O que importa é andar pela estrada, falar com pessoas, apresentar o seu trabalho, não ter medo de fazer pitchs, e a coisa acaba por acontecer. E eu sou da opinião que não há nenhum bom negócio ou nenhuma boa ideia que não arranje financiamento em Portugal”, declara Luís de Matos, Chairman & CEO da Follow Inspiration. 

Regina Bronstein, Partner na Open Innovation Brasil-Portugal, moderadora do painel “Por que é que as empresas ágeis e fortes escolhem o norte de Portugal?” questionou a experiência dos oradores Marcelo Bastos, Diretor Comercial e Administrativo da Sizebay, e Nelson Sachse, Founder and Head Of Technology na Matosinhos.tech, desde o início da empresa até ao momento atual.

“É um processo contínuo, desde o momento que se cria a empresa até ao crescimento, não é uma coisa extremamente linear. Aquilo que vejo, que temos de mais valor aqui no norte é o acesso a matéria prima. A nível de operação, depende de quem a vai desenvolver. Em Matosinhos temos acesso a infraestruturas, temos hubs de inovação, que nos permitem explorar as operações”, afirma Nelson Sachse.

A questão da concorrência também foi abordada na Conferência Atlantic Talks: Oportunidades e Desafios Empresariais no Norte de Portugal. “Eu não me importo de concorrer com empresas profissionais. O problema é concorrer com empresas que não são leais, isso é que é verdadeiramente um problema”, declara Marcelo Bastos. 

Felicidade é a palavra chave de Matosinhos

A autarquia de Matosinhos debate cada vez mais a “felicidade no trabalho”, um tema levantado inicialmente pelo Grupo Lionesa. É uma forma de reter recursos humanos e o que pode diferenciar trabalhar num local ou noutro.

O Grupo Lionesa propicia a instalação de empresas, um espaço com mais de 50 mil metros quadrados, acolhe mais de 120 empresas e mais de 40 nacionalidades. Atua como agente de inovação e aceleração de negócios e talento humano em escala global, valorizando sobretudo a cultura e a arte. Os seus princípios são três – inclusão, felicidade e sustentabilidade -, e procura corresponder à diversidade de todos os colaboradores e empresas. 

Existe um planeamento para duplicar o Grupo, o programa Lionesa 2025, para que acolha novas empresas e se multiplique o número de trabalhadores. “Estamos empenhados em que se crie ambientes saudáveis e que o bem estar e saúde dos colaboradores seja a atração e retenção de talento”, afirma Tiago Maia, Institutional Relations Manager no Grupo Lionesa.

No caso da empresa Follow Inspiration, o CEO refere que o balanço entre a vida profissional e a vida pessoal é fundamental. 

“Damos liberdade às pessoas para irem ao médico com os seus filhos sem terem que estar preocupadas em ter que dar uma justificação ou ter que dar não sei quantas horas. Para nós isso é irrelevante, o importante é o trabalho feito. Não quero saber se o trabalhador faz apenas 4 horas num dia, até porque na área tecnológica a criatividade é muito importante e o bem estar mental para essa criatividade ainda é mais importante. Não podemos exigir criatividade e trabalho bem feito quando os obrigamos a funcionar como máquinas, para isso já temos as máquinas que são programadas”, de acordo com Luís de Matos.

Fonte: Assessoria

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