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Brasil e Portugal querem intensificar comércio e cooperação no setor agrícola
Os ministérios da Agricultura do Brasil e de Portugal deverão revisar suas iniciativas de cooperação no setor agrícola. O tema foi debatido nesta segunda-feira (19) pelo ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, e a ministra da Agricultura e da Alimentação de Portugal, Maria do Céu Antunes. A ideia é atualizar os pontos já firmados e incluir novos itens.
O ministro Fávaro destacou que é determinação do governo federal o fortalecimento das relações internacionais. “Temos a missão de resgatar as relações comerciais, para que possamos abrir novas oportunidades tanto para brasileiros como para os portugueses”, disse. Ele também ressaltou que o Mapa trabalha fortemente para combater a fraude e a pirataria de produtos agropecuários, como o azeite.
A ministra portuguesa disse que a cooperação entre os países na área da agricultura é fundamental para garantir a segurança alimentar mundial. “Aprendemos com pandemia, com a guerra e com as mudanças climáticas que a segurança alimentar é essencial, e não só em relação à qualidade do que comemos, mas também sobre a disponibilidade de alimentos para todos”, disse a ministra.
Fávaro também ressaltou a importância de levar aos países europeus informações sobre a produção agropecuária sustentável do Brasil. “Precisamos melhorar a imagem do Brasil em relação a esse tema. A imensa maioria dos nosso produtores rurais respeitam a legislação e tem boas práticas ambientais. Não seremos complacentes com práticas de desmatamento e queimadas ilegais”.
Mercosul
Segundo a ministra portuguesa, o acordo comercial entre os blocos da União Europeia e Mercosul deve ser “feito o mais rápido possível”, mas que tem de contemplar “boas práticas” agrícolas.
“Todo um conjunto de condições que devem ser exploradas, que devem ser trabalhadas e, nomeadamente, com transparência mostrar boas práticas que equiparem aquilo que é feito pelos agricultores europeus e que é feito pelos agricultores noutros pontos do mundo”, afirmou, à Lusa, Maria do Céu Antunes, em Brasília, após uma reunião com seu homólogo brasileiro.
Defendendo que “Portugal sempre demonstrou a sua concordância a este acordo”, disse que “a União Europeia, não sendo autossuficiente”, tem de “criar as relações sólidas com outros países, com outros estados”, disse.
“Nós defendemos que o acordo seja feito o mais rápido possível, mas também há espaço para, do ponto de vista bilateral, as coisas venham a acontecer”, acrescentou.
Maria do Céu Antunes esteve no Brasil desde quinta-feira, com um agenda que incluiu, entre outros, encontro com empresas do setor agroalimentar no Consulado-Geral de Portugal em São Paulo, reunião com responsáveis da Confederação Nacional de Agricultura, num evento de promoção de vinhos portugueses.
Numa destas reuniões, de acordo com um comunicado da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) do Brasil, a diretora de Relações Internacionais, Sueme Morri, relatou “a preocupação do agro brasileiro com as legislações europeias discutidas à margem do acordo, como a Lei Antidesmatamento”.
“É muito importante ter um parceiro como Portugal apoiando um acordo ao qual nem todos os países do bloco são favoráveis. Os laços históricos que os dois países compartilham reforçam esse relacionamento”, acrescentou a responsável brasileira, de acordo com a mesma nota.
Também na segunda-feira, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse que aproveitará o encontro na quinta-feira com o homólogo francês, Emmanuel Macron, para discutir as exigências ambientais da UE nas negociações com o Mercosul, informou à TV Brasil, antes de embarcar para o périplo europeu e no qual se reunirá também com o Papa Francisco e o Presidente de Itália, Sergio Matarella.
A UE aguarda contrapropostas do Mercosul (do qual fazem parte Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) ao instrumento de garantias ambientais proposto pelos europeus nas novas negociações do acordo comercial que ambos os blocos assinaram em 2019 e que está pendente de ratificação.
Enquanto a UE exige garantias de que não importará produtos do Mercosul que contribuam para a desflorestação ou para as alterações climáticas, alguns membros do Mercosul, como o Brasil, pedem para renegociar o que já foi acordado sobre compras governamentais, segundo informações da agencia Lusa.
Fonte: Mundo Lusíada
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