Notícias

You are here:

Revolução dos Cravos: quando Portugal escolheu a liberdade

No dia 25 de abril de 1974, Portugal amanheceu diferente. Sem tiros, sem confrontos sangrentos, mas com um símbolo marcante: cravos vermelhos nas espingardas. A imagem se tornaria um ícone mundial da luta pela liberdade. Naquela madrugada, militares portugueses, organizados no Movimento das Forças Armadas (MFA), derrubaram o regime autoritário que, desde 1933, governava o país sob a liderança inicial de António de Oliveira Salazar. A ação contou com o apoio popular e rapidamente ganhou as ruas, em Lisboa e em outras cidades, marcando o fim de quase cinco décadas de ditadura.

 

A Revolução dos Cravos foi o início de um novo Portugal, que caminharia rumo à democracia plena. Em um gesto simbólico que sintetiza o espírito daquele dia, os cravos entregues por uma florista aos soldados foram colocados nos canos de suas armas. Era um levante armado, mas pacífico, que não desejava sangue, e sim mudança.

 

A transição democrática não foi instantânea nem isenta de conflitos internos. No entanto, o processo que se iniciou em abril de 1974 culminaria, dois anos depois, na promulgação de uma nova Constituição e na realização de eleições livres. A Revolução também teve efeitos além-mar: desencadeou a independência de várias colônias africanas, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, encerrando o último grande império colonial europeu.

 

Cinquenta anos depois, o 25 de Abril é celebrado não apenas como data nacional em Portugal, mas como um exemplo de transição democrática para o mundo. A memória do que foi conquistado permanece viva na arte, na música, na literatura e, sobretudo, na sociedade portuguesa — que se refez com coragem, esperança e compromisso com a liberdade.

Notícias relacionadas