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Diplomatas coordenam grupo para bicentenário da Independência do Brasil
Os diplomatas brasileiros George Prata e Gonçalo Mello Mourão, antigo embaixador da representação permanente junto da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), são os dois coordenadores adjuntos do grupo de trabalho para o bicentenário da Independência do Brasil.
De acordo com duas portarias no Boletim de Serviço do Ministério das Relações Exteriores, o secretário-geral das Relações Exteriores do Brasil, Fernando Simas Magalhães, nomeou Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão para coordenador adjunto das atividades acadêmicas e publicações do grupo de trabalho para o bicentenário da Independência, e George Monteiro Prata para coordenador adjunto das atividades culturais.
Segundo a portaria de 06 de dezembro de 2021, o secretário-geral designa “o ministro de primeira classe do quadro especial George Monteiro Prata para o cargo de coordenador adjunto para as atividades culturais, relações públicas e imprensa do grupo de trabalho do bicentenário da Independência” do Brasil.
Outra portaria, de 12 de janeiro deste ano, designa “o ministro de primeira classe do quadro especial Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão para o cargo de coordenador adjunto para atividades acadêmicas e publicações do grupo de trabalho do bicentenário da Independência”.
Os 200 anos da independência do Brasil celebram-se em 07 de setembro deste ano e, do lado português, o programa das comemorações será coordenado pelo embaixador Francisco Ribeiro Telles, ex-secretário executivo da CPLP.
O embaixador Gonçalo Mello Mourão foi diretor-geral do Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, e embaixador do Brasil na Dinamarca e, cumulativamente, na Lituânia, além de embaixador da representação permanente do Brasil junto da CPLP, entre 2016 e 2019.
No âmbito das suas funções profissionais como diplomata de carreira serviu ainda nas embaixadas do Brasil em Roma, Argel, Londres, Assunção, Paris e Lisboa e foi diretor do Departamento da América Central e Caribe do Itamaraty.
Licenciado em Comunicação, habilitação em Jornalismo, pela Universidade de Brasília, George Monteiro Prata tem também uma longa carreira como diplomata, tendo sido cônsul-geral em Nova Iorque, embaixador em Praga e primeiro secretário ou ministro conselheiro nas embaixadas de Pequim (China), Madrid (Espanha) Londres (Reino Unido) e Estocolmo (Suécia).
Ao grupo de trabalho do bicentenário da Independência, do lado do Brasil, co-coordenado pelos dois diplomatas, compete “elaborar e coordenar projetos, iniciativas e eventos alusivos às comemorações do bicentenário da Independência da República Federativa do Brasil, no âmbito do Ministério das Relações Exteriores”, refere a portaria de 11 de novembro de 2021.
Além disso, deve “analisar, com vista a eventual apoio, as iniciativas de órgãos públicos e privados que se coadunam com os objetivos do grupo de trabalho, em especial iniciativas propostas pela Comissão Interministerial Brasil 200 Anos”, e promover a publicação e a realização, “no âmbito do Ministério das Relações Exteriores e da Fundação Alexandre de Gusmão, de obras, exposições e coleções alusivas ao tema”, explica o diploma.
Por outro lado, tem competência também para “propor e participar de programas de cooperação internacional relativos ao tema” e “colaborar em ações que contribuam para a recuperação ou a preservação da memória” dos 200 anos de história da independência.
Em 20 de dezembro do ano passado foi publicado em Diário da República um despacho, assinado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, a nomear Ribeiro Telles para coordenador do programa.
A cooperação entre Portugal e Brasil no âmbito das comemorações do bicentenário da Independência ficou consagrada num Memorando de Entendimento assinado, em 04 de setembro de 2018, no Rio de Janeiro, entre o Ministério da Cultura português e o Ministério da Cultura do Brasil.
O despacho refere que “o convite para a associação de Portugal a essas comemorações tem sido renovado, em distintas ocasiões, pelas autoridades brasileiras”.
Há ainda o objetivo de “assegurar a coerência das ações da efeméride, em apreço com outras ações igualmente relevantes a terem lugar em 2022, nomeadamente, as comemorações do primeiro centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul, a participação como país-tema na Bienal do Livro de São Paulo ou as comemorações do primeiro centenário do nascimento de José Saramago”.
Eventos
O governo federal lançou ano passado um edital comemorativo para projetos brasileiros independentes, com o tema da independência brasileira. O valor total investido é de R$ 30 milhões, para contemplar cerca de 20 projetos.
Diferentes eventos já comemoram a data pelo Brasil. Neste mês, acontece seminário abordando o bicentenário e o modernismo. Em fevereiro de 1922 aconteceu a Semana de Arte Moderna em São Paulo como uma das comemorações do centenário da Independência do Brasil. E revisitar esse tema é o foco da live “Bicentenário e modernismo: revisando a Semana de 22”.
O evento promovido pelo Museu de Astronomia e Ciências – MAST terá a presença do escritor Ruy Castro, do historiador Antonio Edmilson Martins Rodrigues e a mediação da historiadora Moema Vergara. O encontro será no dia 8 de fevereiro, às 15h, com transmissão pelo canal do MAST no Youtube.
“A Semana de 22 é um tema fundamental para essa discussão, pois há cem anos atrás os modernistas desejavam recriar a cultura do Brasil, sem necessariamente levar em conta a ciência. O país de Macunaíma, não levava em consideração nossa tradição científica” explica a mediadora e pesquisadora da instituição, Moema Vergara.
Também o Arquivo Nacional preparou um calendário de eventos e lançamentos para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil, com atividades que iniciaram ano passado e vão até setembro de 2022.
O debate “Arquivos coloniais, arquivos pós-coloniais” foi o primeiro deles, com o objetivo de refletir sobre o período colonial português no século XX, em comparação com a colonização lusa no Brasil interrompida no século XIX, o primeiro de seis debates do ciclo “O Arquivo Nacional e os 200 anos de 1822”.
Ainda, um ciclo de debates que o Fórum de Integração Brasil Europa – FIBE realiza no âmbito das comemorações do bicentenário, que se celebra em 07 de setembro deste ano.
Já em São Paulo, o Novo Museu do Ipiranga, que segue em projeto de restauro, tem previsão de reabertura em setembro de 2022 para a celebração do bicentenário.
Fonte: Mundo Lusíada
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