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Aventurando-se por mares nunca antes navegados: As startups e o risco do negócio [Azevedo Neto Advogados]
No início do século XV, Portugal começou a desbravar o Oceano Atlântico, buscando novos territórios e oportunidades de negócios. Nesse processo, Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil em 1500.
Mas, um fato pouco conhecido é que a aventura de Pedro Álvares Cabral começou com 13 navios, tripulados por cerca de 1.500 homens. Ao final, 4 dos navios foram destruídos em tormentas e somente 500 homens retornaram para Portugal.
Não foi uma jornada fácil, assim como a jornada de uma startup para alcançar o sucesso não é fácil, aventurar-se em mares desconhecidos, repletos de riscos, como a instabilidade econômico-financeira brasileira, uma legislação tributária que pode ser definida como “Triângulo das Bermudas” e a dificuldade da captação de recursos necessários ao seu desenvolvimento, são apenas alguns exemplos.
Todas as startups almejam o sucesso, alcançar o status de “unicórnio”.
Porém, poucas alcançam tal status. Algumas conseguem desenvolver suas ideias transformando-se em negócios lucrativos e a maioria naufraga em meio ao mar de desafios e obstáculos.
Hoje, vamos falar sobre algumas startups que desbravaram com sucesso novos mares e outras que naufragaram:
• As startups e o risco do negócio;
• Naufrágio ou conquista de novos mares; e
• Protegendo-se do naufrágio: construindo o bote salva-vidas, a proteção patrimonial.
As startups e o risco do negócio
Nu Bank e Quinto Andar são duas startups que alcançaram novos mares.
O NuBank, hoje, é avaliado em US$ 41,5 bilhões e tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Sua história começou 2013, quando seu idealizador David Velez notou que havia espaço no mercado para um banco mais ágil, com menos burocracia que facilitasse o dia a dia do cliente que deseja não pagar taxas, um banco com uma “melhor experiência bancária”!
Então, trabalhando com Edward Junqueira e Cristina Junqueira, fundou o NuBank: a maior startup de serviços financeiros!
O NuBank identificou uma necessidade do mercado e investiu em sua ideia, construindo uma marca que visava que o cliente bancário tivesse a melhor experiência possível, evitando filas, burocracia, atendimento insatisfatório e taxas, frustrações comuns de todos aqueles que tem de lidar com os grandes bancos!
Trata-se certamente de crescimento meteórico, diante da valorização da marca em 8 anos, que se fundamenta não apenas em uma boa ideia, mas no investimento em sua estruturação, desde o planejamento de marketing, societário e tributário, que culminaram na abertura de capital na Bolsa de Valores de Nova Iorque!
Já o Quinto Andar é uma startup focada na locação, compra e venda de imóveis.
O Quinto Andar, fundado por Gabriel Braga e André Penha, nasceu no início de 2013, que desejavam facilitar o processo de locação de um imóvel, problema que ambos haviam vivenciados ao tentar alugar imóvel em São Paulo, uma vez que não tinham fiador!
A plataforma desenvolvida por eles, identificou algo no mercado que poderia ser melhorado, uma necessidade do consumidor, e investiu na criação de uma solução que desse maior celeridade ao processo de locação, utilizando recursos existentes, como a assinatura digital!
Até 2021, o Quinto Andar já havia captado mais de R$ 750 milhões de reais, no Brasil e no exterior!
Um investimento que começou com US$ 350.000,00 cresceu e se tornou um dos primeiros unicórnios brasileiros!
Porém, casos do Nu Bank e do Quinto Andar são a exceção a regra, apenas um pequeno percentual de startups recebe investimentos para desenvolver os seus negócios e a maioria naufraga.
Esse é o caso da Facility, startup de venda por aplicativo que atuava como um hipermercado digital, que em 4 meses perdeu o status de “unicórnio”, tendo de dispensar mais de 1000 pessoas que trabalhavam direta ou indiretamente com ela.
Em dezembro de 2021, a startup criada em 2018, atingiu o tão cobiçado status de “unicórnio”, ao ser avaliada em mais de US$ 1bilhão e receber aportes de fundos de investimento
Ao receber tais investimentos. A Facility iria investir em eficiência logística para acelerar a entrega de pedidos, iniciando um processo de contratação massiva de pessoal.
Após 4 meses, começaram as demissões de, aproximadamente, 400 funcionários, cerca de metade dos empregados da empresa. Da mesma forma, terceirizados também foram cortados. Segundo a diretoria da Facility, os cortes decorriam da reestruturação e “repriorização” de projetos.
Segundo informações divulgadas na mídia, ex-empregados apontam a falta de planejamento como o motivo da “reestruturação”.
Mas, as dispensas coletivas refletiram tão somente os problemas de infra-estrutura já existente, segundo ex-funcionários, como erros de sistemas frequentes que levavam ao cancelamento de muitos pedidos e, logo, à insatisfação dos clientes.
Tal insatisfação resultou no aumento de reclamações junto ao PROCON, fazendo com que a empresa se tornasse líder em reclamações.
As falhas estendiam-se, ainda, ao sistema financeiro de repasse de valores, levando ao encerramento de parcerias.
Uma cascata de problemas que, certamente, frustraram a expectativa de investidores e fundadores.
Fundos de investimentos tem as ferramentas necessárias para analisar os negócios de uma startup e avaliar os riscos de investimento, e quanto à pessoa física ou jurídica que não possui tais recursos?
Naufrágio ou conquista de novos mares
Não há como assegurar o sucesso ou não de uma startup, não basta uma boa ideia, planejamento, análise do mercado, existência dos recursos necessário para o investimento dos negócios, preparação e profissionalismo dos administradores.
Todos esses são elementos necessários para se aumentar as chances de sucesso, em meio ao maremoto que caracteriza a economia brasileira e ao “Triângulo das Bermudas” da legislação tributária, porém não há certezas.
As startups unicórnios são exceções.
Há as startups que recebem investimentos em valores menores, as quais continuam desenvolvendo seus negócios. Se as ideias por ela criadas são boas, por vezes, há oportunidades de venda do negócio, gerando de uma forma ou de outra retorno aos seus investidores.
Uma ideia “no papel” é valiosa, mas uma ideia com análise de custo e viabilidade de execução e potencial de crescimento é ainda mais valiosa!
Ao se desenvolver uma ideia, deve-se levar em consideração:
• a necessidade do mercado;
• seu mercado consumidor ou target demográfico;
• custo, tempo e insumos necessários para sua execução e aperfeiçoamento;
• estratégia de marketing;
• custo administrativo para a implementação do negócio;
• tributação incidente sobre a atividade;
• potenciais parceiros existentes no mercado;
• forma de contratação de empregador, parceiros e prestadores de serviços;
• identificação de potenciais investidores;
• projeção de crescimento a curto e médio prazo; etc…
Há muito planejamento na execução de uma ideia, o que significa que é necessário capital, espírito empreendedor, e a contratação de consultoria financeira, contábil, técnica e jurídica adequada, conforme o caso (https://azevedoneto.adv.br/investindo-em-uma-ideia-como-transformar-sua-ideia-em-uma-startup-de-sucesso/).
Os fundadores e investidores, apesar de todo o planejamento, não tem segurança quanto ao retorno de seu investimento.
Você deve estar imaginando que gostaria de investir seu dinheiro ou até as suas economias em uma ideia na qual acredita, mas que está apreensivo quanto aos riscos e questionando-se: “o que posso fazer para que os riscos de meu investimento não afetem meu patrimônio pessoal? Me dediquei tanto para construí-lo e tenho de assegurar o futuro de minha família!”
Protegendo-se do naufrágio: construindo o bote salva-vidas, a proteção patrimonial
Sim, há uma forma de se proteger seu patrimônio pessoal e familiar, dos riscos do seu investimento: a proteção patrimonial (https://azevedoneto.adv.br/cai-nao-cai-como-assegurar-a-solidez-da-protecao-patrimonial/).
A proteção patrimonial consiste na estruturação de seu negócio e de seu patrimônio pessoal e familiar de forma a minimizar riscos a ele, aumentando as chances de sua preservação e crescimento para as gerações posteriores.
Tal estruturação pode ser realizada, tendo como objetivo não apenas a proteção dos bens, mas também o planejamento sucessório, profissionalização da gestão e o planejamento tributário (https://azevedoneto.adv.br/mitos-e-verdades-sobre-o-planejamento-sucessorio/).
Seus bens pessoais e familiares, ao se desenvolver um negócio estão expostos a riscos, dos quais podemos evitar alguns para reduzir os riscos da instabilidade político-econômico brasileira, os quais são inevitáveis (https://azevedoneto.adv.br/empreendedorismo-e-o-planejamento-societario-saiba-como-e-possivel-proteger-o-seu-patrimonio-pessoal/).
A proteção patrimonial, permite estruturar o negócio de forma a reduzir os riscos ao patrimônio pessoal dos sócios/acionistas. Ao se agir preventivamente, os riscos são ainda mais reduzidos!
Não há fórmulas generalizadas aplicáveis à toda família ou toda empresa, cada família, cada negócio deve ser estudado e analisado individualmente para se determinar a estratégia adequada a ser adotada de acordo com o tipo de negócio, valor e bens que constituem o patrimônio e das particularidades de cada família.
Nem sempre a constituição de holding será o melhor caminho, há outras ferramentas que podem ser utilizadas para a proteção patrimonial, como fundos de investimento, fundos imobiliários, trusts, dentre outros.
Você deve estar se questionando, e quanto às empresas offshores, sociedades constituídas no exterior. Por vezes, são uma opção a ser analisada. Porém, tudo depende da análise de cada caso, individualmente.
Para entender qual a melhor estrutura de planejamento para sua proteção patrimonial e para investir em uma startup, consulte advogado especializado, somente assim, você entenderá os benefícios!
Fonte: Assessoria
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