Notícias
Cabo Verde e Portugal avançam com candidatura do ex-Campo do Tarrafal à UNESCO
Os governos de Cabo Verde e Portugal assinam em 05 de julho, no ex-Campo de Concentração do Tarrafal, um memorando de entendimento para a candidatura daquele espaço histórico cabo-verdiano a Patrimônio da Humanidade da UNESCO.
Segundo informação do Governo de Cabo Verde, o memorando de entendimento insere-se no quadro da cooperação técnica entre os dois países e será assinado naquele dia, no antigo campo de concentração, que há vários anos é o museu mais visitado do arquipélago, na presença da ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca.
A decisão, segundo o Governo cabo-verdiano, resultou da reunião de trabalho que o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, manteve com a homóloga portuguesa, na terça-feira, durante a visita oficial que está a realizar a Portugal.
“Este será o primeiro passo para o processo de candidatura deste patrimônio histórico nacional a Patrimônio da Humanidade”, refere uma nota do Governo cabo-verdiano, sobre a assinatura do memorando de entendimento prevista para 05 de julho, não tendo sido revelado o teor desse acordo.
Contudo, os governos de Portugal e de Cabo Verde já tinham acertado em fevereiro de 2020, em Lisboa, os detalhes da cooperação técnica portuguesa à candidatura do ex-Campo de Concentração do Tarrafal a Patrimônio da Humanidade, que deveria avançar este ano, adiada depois para 2022 devido à pandemia e à crise econômica provocada pela covid-19.
Na altura foi anunciado que o acordo para a cooperação técnica visando a candidatura seria formalizado em 01 de maio de 2020, no Tarrafal, ilha de Santiago, e que o dossiê técnico da candidatura seria entregue à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) em 2021.
Trata-se da segunda candidatura de Cabo Verde à UNESCO, depois de em dezembro de 2019 aquela organização ter proclamado a morna, gênero musical típico cabo-verdiano, a Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade, processo que contou com o apoio de especialistas portugueses.
A Lusa tinha já noticiado em novembro de 2019 que o Instituto do Patrimônio Cultural (IPC) cabo-verdiano estava a ultimar, com a Direção-Geral do Patrimônio Cultural de Portugal o apoio ao projeto de candidatura do antigo Campo de Concentração do Tarrafal a Patrimônio da Humanidade.
A informação constava de uma nota publicada na altura pelo IPC, na sequência da visita a Portugal do presidente do instituto cabo-verdiano, Hamilton Jair Fernandes, no âmbito da cooperação técnica que já existe entre as duas instituições.
Acompanhado por Paula Silva, da Direção-Geral do Patrimônio Cultural (DGPC), o responsável cabo-verdiano visitou o Museu Nacional Resistência e Liberdade, exemplo que, segundo o IPC de Cabo Verde, pretende aproveitar.
Este museu nasceu do reconhecimento da Fortaleza de Peniche enquanto espaço-memória e símbolo da luta pela liberdade em Portugal e da resistência à ditadura do Estado Novo, tal como a transformação feita no antigo Campo do Tarrafal, que passou a Museu da Resistência.
“Histórias e memórias que se cruzam” e que vão unir “uma vez mais estes dois espaços, agora pelo conhecimento e preservação da memória histórica para as futuras gerações. É neste sentido que o IPC e a DGPC pretendem assinar um acordo de parceria para formalizar um acordo já existente”, referia a nota.
O documento acrescentava que o “futuro acordo de parceria”, em negociação entre o IPC e DGPC, visa a capacitação técnica em áreas como a museologia e gestão de museus, assistência técnica e intercâmbio entre técnicos das duas estruturas, além de mobilização de financiamentos, assim “como apoio técnico e científico ao projeto de candidatura do ex-Campo de Concentração do Tarrafal” a Património da Humanidade.
Situado na localidade de Chão Bom, o antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos em 29 de outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956.
Reabriu em 1962, com o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom”, destinado a encarcerar os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
O espaço foi classificado Patrimônio Cultural Nacional através da Resolução n.º 33/2006, de 14 de agosto, integra desde 2004 a lista indicativa de Cabo Verde a patrimônio da UNESCO e foi alvo de uma reabilitação durante o ano de 2020, financiada pelo Estado cabo-verdiano.
Fonte: Mundo Lusíada
- Publicado a
Notícias Relacionadas
“Luso-Brasilidade Musical”, de Ígor Lopes, será lançado em São Paulo no dia 27 de novembro
No próximo dia 27 de novembro, São Paulo recebe o…
Casa de Portugal receberá “IRA! Folk” – Revolução dos Cravos 50 anos
No dia 29 de novembro de 2024, a Casa de…
Teatro: Herói do Impossível
“Heróis do Impossível” é uma peça de teatro que acompanha…
Conferência: “Gérald Bloncourt: o fotógrafo da emigração portuguesa”
O Salão Nobre do Teatro Cinema acolhe, no dia 29…
Fado na Casa – Uma Noite em Lisboa
Após o sucesso da primeira edição, temos o prazer de…
Sessão Especial da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
O Consulado Geral de Portugal em São Paulo tem o…
A riqueza arquitetônica de Portugal: uma herança cultural que atravessa séculos
A arquitetura de Portugal é um dos maiores patrimônios culturais…
Novo modelo de entradas gratuitas em museus e monumentos usado por 130 mil pessoas
O novo modelo de entradas gratuitas nos museus, monumentos e…
Mais de 2,5 milhões de pessoas assistiram à Romaria d’Agonia em Viana
Mais de um milhão de pessoas viveram, este ano, a…
Museu da Língua Portuguesa irá projetar vídeo em fachada e promover apresentações musicais no 7 de Setembro
Uma programação gratuita que se estende até a noite: assim…
Feira do Livro do Porto abre com 130 ‘stands’ e centenas de atividades
A Feira do Livro do Porto, que abriu nesta sexta-feira…
Fadistas Jorge Fernando e Maria Emília se apresentam na Casa de Portugal São Paulo
No sábado, dia 24 de agosto, a Casa de Portugal…