Notícias
Caminhão Museu encerra passagem por São Paulo no Sesc Itaquera
Depois do Sesc Interlagos, exposição finaliza temporada na capital paulista no Sesc Itaquera, de 22 a 25 de setembro. Em outubro, o livro Independência do Brasil: as mulheres que estavam lá é lançado no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc.
Um caminhão moderno que percorre todo o país, carregando histórias do Brasil e de sua gente. E que, quando chega a uma cidade, comunidade ou vila, se desdobra em múltiplos ambientes e, durante alguns dias, transforma-se em um centro de difusão de conhecimento, exercício da imaginação, experimentação da pluralidade cultural brasileira, reflexão e lazer. É o que acontece com o Caminhão Museu UFMG – que, desde 2013, já percorreu mais de 20 cidades em 4 regiões do Brasil e atualmente abriga sua terceira exposição.
Durante o mês de setembro, foi recebido no Sesc São Paulo em três de suas unidades, abrigando a exposição Itinerários da Independência, como parte do projeto Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões, que realiza ações que refletem sobre o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao bicentenário da Independência do Brasil, em 1822.
De 07 a 11 de setembro, o caminhão fez sua primeira parada na unidade do Sesc Campo Limpo; de 15 a 18, estacionou no Sesc Interlagos e, em sua parada final, chega à zona leste, no Sesc Itaquera, onde o público poderá conferir a exposição em quatro rodas de 22 a 25 de setembro.
Desenvolvida pelo Projeto República | UFMG entre as atividades da Comissão Especial Curadora do Bicentenário da Independência do Brasil no Senado Federal, a exposição Itinerários da Independência usa diferentes recursos expo gráficos, audiovisuais e bibliográficos para contar a história dos vários projetos e conflitos políticos que existiram em torno da Independência do Brasil.
Vista do Rio de Janeiro, a Independência concebeu a ideia de Império. Um meio eficaz de manter a unidade territorial da antiga colônia, concentrar poder e preservar a escravidão – criou a matriz de configuração do Estado brasileiro. Mas não foi o nosso único projeto de Independência. Em 1817, Pernambuco abriu o ciclo revolucionário da Independência. Sustentou um programa de emancipação libertário e radical: federalista, republicano e voltado para a garantia do princípio de autogoverno provincial. O ciclo revolucionário da Independência se estendeu até 1824, com a Confederação do Equador. É a nossa outra Independência, como definiu o historiador Evaldo Cabral de Mello. No Sul, a Banda Oriental já enfrentava uma conjuntura de guerra antes mesmo de ser incorporada ao Reino do Brasil, tornando-se a província Cisplatina (atual Uruguai). Na Bahia, uma guerra contra as tropas portuguesas dominou o cenário da Independência e se estendeu até 1823. No Piauí, numa das batalhas mais sangrentas da Independência, 200 brasileiros foram mortos a tiros de canhão, no leito seco do rio Jenipapo. O Grão-Pará e o Maranhão recusaram a Independência. Seu projeto político defendia permanecer na condição de Reino Unido a Portugal e Algarves.
A exposição Itinerários da Independência apresenta ao visitante diversas oportunidades para conhecer um pouco mais sobre essa história. O Caminhão Museu reúne recursos como uma biblioteca equipada com livros e HQs sobre a Independência, além de oito computadores, onde o visitante poderá escutar podcasts e acessar o site Itinerários Virtuais da Independência – realização da UFMG em conjunto com a Comissão Especial Curadora do Bicentenário da Independência do Brasil no Senado Federal; sala de cinema com projeções de vídeos curtos, como videoanimações; uma sala de realidade virtual onde o visitante poderá ser fotografado como participante dos momentos históricos destes itinerários; painéis instagramáveis com dois personagens exemplares da luta pela Independência no Brasil, além de onze painéis com reproduções de obras de artistas, brasileiros e estrangeiros, que remetem a eventos emblemáticos nas diferentes províncias e nas Independências das Américas que, de alguma maneira, tiveram ressonância no Brasil.
Vale destacar ainda o “Vira-Vira” As mulheres que estavam lá, uma sequência de painéis informativos sobre mulheres decididas a governar as próprias vidas, que ameaçavam as convenções morais e sociais estabelecidas e dispostas a desafiar o mundo proibido da participação política. Também levaram a sério um projeto de Independência para o Brasil. Viveram esse projeto de maneiras diferentes, partiram de patamares sociais desiguais, e atuaram de forma diversa: algumas dessas mulheres empunharam armas, outras se engajaram no ativismo político. Mas todas elas recusaram o lugar subalterno que lhes era reservado. Apesar disso, até hoje sabemos pouco – ou quase nada – sobre a história dessas mulheres e o modo como se posicionaram de diferentes maneiras no centro da cena pública durante a Independência do Brasil. Seu protagonismo continua esquecido. São elas: Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, Bárbara de Alencar, Ana Maria José Lins, Maria Felipa de Oliveira, Maria Clemência da Silveira Sampaio, Maria Quitéria de Jesus, Imperatriz Leopoldina, Uma menina baiana.
A pesquisa sobre essas mulheres e o modo como ocuparam a cena pública, tomando parte nesses combates também é apresentada ao público no livro Independência do Brasil: as mulheres que estavam lá, organizado por Heloisa Starling e Antonia Pellegrino, com textos de Cidinha da Silva, Marcela Telles, Patrícia Valim, Socorro Acioli e Virgínia Siqueira Starling. Dando destaque a essas heroínas que atuaram politicamente nos movimentos de independência para participar, com justiça, das celebrações de seus duzentos anos, o livro será lançado no dia 5 de outubro, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, com a presença das organizadoras.
Sobre o projeto Diversos 22
Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões é uma ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário “Diversos 22: Levantes Modernistas”, e encerra-se em dezembro de 2022. Mais informações em sescsp.org.br/diversos22.
Fonte: Mundo Lusíada
- Publicado a
Notícias Relacionadas
“Luso-Brasilidade Musical”, de Ígor Lopes, será lançado em São Paulo no dia 27 de novembro
No próximo dia 27 de novembro, São Paulo recebe o…
Casa de Portugal receberá “IRA! Folk” – Revolução dos Cravos 50 anos
No dia 29 de novembro de 2024, a Casa de…
Teatro: Herói do Impossível
“Heróis do Impossível” é uma peça de teatro que acompanha…
Conferência: “Gérald Bloncourt: o fotógrafo da emigração portuguesa”
O Salão Nobre do Teatro Cinema acolhe, no dia 29…
Fado na Casa – Uma Noite em Lisboa
Após o sucesso da primeira edição, temos o prazer de…
Sessão Especial da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
O Consulado Geral de Portugal em São Paulo tem o…
A riqueza arquitetônica de Portugal: uma herança cultural que atravessa séculos
A arquitetura de Portugal é um dos maiores patrimônios culturais…
Novo modelo de entradas gratuitas em museus e monumentos usado por 130 mil pessoas
O novo modelo de entradas gratuitas nos museus, monumentos e…
Mais de 2,5 milhões de pessoas assistiram à Romaria d’Agonia em Viana
Mais de um milhão de pessoas viveram, este ano, a…
Museu da Língua Portuguesa irá projetar vídeo em fachada e promover apresentações musicais no 7 de Setembro
Uma programação gratuita que se estende até a noite: assim…
Feira do Livro do Porto abre com 130 ‘stands’ e centenas de atividades
A Feira do Livro do Porto, que abriu nesta sexta-feira…
Fadistas Jorge Fernando e Maria Emília se apresentam na Casa de Portugal São Paulo
No sábado, dia 24 de agosto, a Casa de Portugal…