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Expo Dubai e os pavilhões de língua portuguesa
Por Vitor Abdala*
Todos os países de língua portuguesa estão representados na Expo 2020, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes. Visitar os pavilhões dessas nações é um alento para o viajante lusófono que sente falta de se comunicar em português na exposição mundial, que tem como idiomas francos o árabe e o inglês.
Bem próximo ao pavilhão do Brasil, está o edifício português, que tem o formato de uma caravela, o meio de transporte que fez Portugal construir um dos maiores impérios da história e foi responsável pela expansão do idioma pelos quatro cantos do mundo.
As visitas ao pavilhão são feitas em grupos e é preciso esperar que o grupo anterior termine sua visita para que o outro comece, já que a primeira atração é uma sala de projeção em 360 graus, que mostra um pouco da cultura e das imagens de Portugal.
Em seguida, os visitantes passam por uma sala de exposições onde há muitas informações sobre o país. Há ainda uma loja com produtos portugueses e um restaurante, que ainda não foi inaugurado, mas que oferecerá pratos típicos de Portugal.
“Queremos representar Portugal da melhor maneira. Mostrar aquilo que nós temos na nossa cultura, na nossa gastronomia, nas nossas paisagens e acima de tudo em nosso empreendedorismo e nossa inovação”, conta Rafael Antunes, um dos portugueses que recebem o público na entrada do pavilhão.
Assim como Brasil e Portugal, Angola também investiu em um pavilhão enorme, em abóbada, que traz uma experiência imersiva e leva os visitantes a conhecer o passado e vislumbrar o futuro do país sul-africano. Há ainda uma praça com um palco onde, ao longo da Expo 2020, serão feitas apresentações artísticas.
“O que nos interessa nessa exposição é, primeiro, nossa conexão com o mundo, contactar outras culturas, adquirir outras experiências, quer no sentido de boas tecnologias, de boas práticas, quer no sentido de relações econômicas internacionais. Temos como objetivo mostrar o que é o nosso país em termos de um país aberto ao investimento, com uma área agrícola cultivável grande”, explicou a comissária-geral de Angola para a Expo 2020, Albina Assis.
Os demais países estão presentes em pavilhões coletivos, prédios que reúnem espaços de diferentes nações, como é o caso de Timor-Leste, que trouxe para a feira internacional réplicas de embarcações e construções tradicionais, além de uma delegação de 14 pessoas, com vestimentas tradicionais. Aqui o português é compreendido, mas não tanto falado, já que a língua mais falada é o tetum.
O vice-diretor do pavilhão timorense, Edson Robert, por exemplo, começou a conversar com a reportagem em português, mas logo mudou para o inglês, idioma com o qual ele se sente mais à vontade para conversar: “O português é língua oficial, mas a gente se comunica em tetum. Ainda estamos aprendendo o português”.
Segundo ele, o país quer aproveitar a Expo 2020 para se apresentar ao mundo, já que é um país relativamente recente, com apenas 19 anos de independência.
Cabo Verde ainda estava preparando a montagem de seu pavilhão, quando a reportagem da Agência Brasil o visitou. Boa parte dos objetos que pretende mostrar ainda não chegou a Dubai. “O que nós queremos trazer ao nosso pavilhão é demonstrar que a possibilidade de financiar algum projeto ou ter algum negócio em Cabo Verde é bastante ampla, em setores como turismo e hotelaria. E também queríamos mostrar aquilo que é cultura do nosso povo, desde trabalho em barro, em tapeçarias, artes plásticas e até a música antiga e recente dos artistas que temos nesse momento”, disse a diretora do pavilhão, Luhena de Sá.
São Tomé e Príncipe, um arquipélago no Oceano Atlântico, assim como Cabo Verde, também veio para mostrar fotos da fauna, flora e paisagens, além de produtos típicos, alguns, inclusive, à venda para os visitantes que quiserem levar para casa um pouco do país africano.
Na mostra de Guiné-Bissau, também é possível encontrar artesanato e vestimentas do país, assim como em Moçambique, que, além disso, expõe uma galeria de alguns de seus personagens mais icônicos, como o jogador de futebol Eusébio, artilheiro da Copa do Mundo de 1966 pela seleção portuguesa, e o poeta Mia Couto.
Brasil
O pavilhão brasileiro na Expo 2020 recebeu 12.795 visitantes nos três primeiros dias da exposição mundial, que foi aberta ao público na última sexta-feira (1º). A estrutura brasileira fica logo na entrada do distrito da Sustentabilidade e atraiu muitos visitantes em busca de refresco ao calor do deserto, já que tem como principal atração uma lâmina d’água por onde é possível caminhar.
O Brasil é um dos 192 países que marcam presença no evento, que será realizado até março de 2022. A estrutura, que tem o formato de um imenso cubo branco, custou US$ 25 milhões para ser construída.
Ainda não é possível dizer quanto custará a operação do pavilhão, que também funcionará como um espaço para receber autoridades governamentais e empresas brasileiras. Além da lâmina d’água, a instalação tem cafeteria e salão de exposições, que neste momento apresenta uma mostra de fotos do Brasil, promovida pela Embratur, a empresa estatal de promoção do turismo do país.
Nos seis meses da Expo 2020, também estão previstos vários eventos promovidos pelo Brasil. De acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com a participação do Brasil na exposição, espera-se atrair US$ 10 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no país e gerar US$ 500 milhões em exportações.
*Repórter e fotógrafo Marcelo Camargo da Agencia Brasil viajaram a convite da Apex-Brasil
Fonte: Mundo Lusíada
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