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Exposição “Universidade de Coimbra e a independência do Brasil” no programa do Bicentenário

Música, teatro, literatura e exposições compõem o programa multidisciplinar de comemoração do bicentenário da independência do Brasil, que a Universidade de Coimbra organiza a partir de 7 de setembro. A série de eventos, com arranque na data que marca oficialmente a data “acentua a ligação centenária entre a UC e a pátria brasileira” divulga a instituição.

A Universidade de Coimbra recebe estudantes naturais do Brasil desde meados do século XVI e está umbilicalmente ligada à história do país sul-americano: dela se diz que foi fundamental para que a pátria brasileira nascesse e crescesse una e indivisa. Enquanto, na América Latina de domínio espanhol, as elites formadas em 25 universidades distintas deram origem a 18 novos países no decurso do século XIX, as 19 Capitanias-Gerais do território português na América do Sul mantiveram-se unidas, pois a grande maioria das suas elites (71,8% dos Ministros, Senadores e Conselheiros brasileiros entre 1822 e 1831) tinha estudado em Coimbra, na única instituição de ensino superior em funcionamento permanente no “império português” até 1911.

Duzentos anos depois, a ligação mantém-se, com os alunos e alunas brasileiros/as a representarem cerca de 10% da comunidade estudantil da UC, considerada a maior universidade “brasileira” fora do Brasil.

É essa relação com passado, presente e futuro, que se vai celebrar com um programa cultural multifacetado: “Celebrar o bicentenário da independência do Brasil é, para a UC, celebrar a própria essência da centralidade que a lusofonia ocupa na sua missão institucional, é dar corpo, voz, cor e alma ao ímpeto criador que une povos irmãos banhados pelo calor da mesma luz poética”, declara o Vice-Reitor da UC para a Cultura e Ciência Aberta, Delfim Leão.

Na próxima quarta-feira, 7, a partir das 15h00, a Sala do Senado [local sujeito a confirmação] recebe a apresentação do livro “Camões e Lusíadas”, por Antônio Ricardo Accioly Campos, Presidente da Fundação Joaquim Nabuco.

Segue-se-lhe um dos pontos altos do programa: pelas 18h00, é inaugurada, na Sala de São Pedro da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC), a exposição “A Universidade de Coimbra e a independência do Brasil”, que reúne os registos documentais e bibliográficos desta relação centenária (espólio da Biblioteca Geral e do Arquivo da UC), incluindo um vasto acervo de imprensa oitocentista e outros documentos históricos, como a matrícula do primeiro aluno com registo “natural do Brasil” a estudar na Universidade de Coimbra – Manuel de Paiva Cabral, que frequentou a UC entre 1574 e 1586.

A mostra – com coordenação do Vice-Reitor da UC para as Relações Externas e Alumni, João Nuno Calvão da Silva, e do Diretor da BGUC, João Gouveia Monteiro, e curadoria de Ana Maria Leitão Bandeira e António Eugénio Maia do Amaral – fica patente até 30 de setembro (mediante marcação prévia, para visitas de grupo). “Após ter sido exibida no Recife, esta riquíssima mostra organizada pela Biblioteca Geral e pelo Arquivo da UC será finalmente inaugurada em Coimbra, com a presença de parceiros como o Presidente da Fundação Joaquim Nabuco. Será mais um marco na promoção do diálogo e da cooperação entre Brasil e Portugal, imagem de marca da nossa Universidade”, afirma João Nuno Calvão da Silva.

Também na quarta-feira, 7, pelas 18h30, a UC organiza no Museu Nacional Machado de Castro um concerto de homenagem a Antônio Carlos Jobim (1927-1994). O espetáculo, promovido em parceria com o Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça, fica a cargo do projeto Remember Jazz, quarteto de jazz e voz que reinterpreta o legado musical do lendário cantautor brasileiro, mais conhecido por Tom Jobim.

O projeto “Remember Jobim” nasce em 2019 a propósito do 25º aniversário da morte de Jobim. Idealizado pelo trompetista António José Morais, “Remember Jobim” pretende homenagear Tom Jobim e o seu legado musical, conferindo às suas composições uma roupagem mais jazzística e criando espaço para a improvisação. Fazem parte do seu repertório temas como “Retrato a Preto e Branco”, “Imagina”, “Desafinado”, “A Felicidade”, “Chega de Saudade”, “Samba do Avião”, “Por Causa de Vocês”, entre outros.

Noutros palcos, o dia 7 marca igualmente o arranque da Mostra São Palco – Festival de Teatro Brasileiro em Portugal, um projeto do Teatrão ao qual a Universidade de Coimbra se associa através do Teatro Académico Gil Vicente (TAGV). O ciclo teatral, com curadoria de Jorge Louraço Figueira, envolve uma série de eventos – entre espetáculos, conversas, conferências e oficinas – em várias cidades, e inicia-se às 21h30 com a subida ao palco do TAGV, d“A Invenção do Nordeste”, pelo Grupo Carmin.

O programa da Mostra São Palco no TAGV, e também no Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras (IEB) da Faculdade de Letras da UC , inclui ainda a peça teatral “Lugar Nenhum”, pela Companhia de Latão (dia 23, 20h00), e conversas pós-espetáculos, conferências, mesas-redondas e oficinas, que vão decorrer até meados de outubro.

Também para meados de setembro (data a anunciar brevemente) está prevista a inauguração, no átrio do Student Hub, de mais uma exposição sobre a relação centenária entre a UC e o Brasil, com objetos do espólio do Museu da Ciência.

Fonte: Mundo Lusíada

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