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Festas de Abril em Lisboa têm cerca de 50 ações, música e poesia
Conversas, leituras, visitas guiadas e espetáculos musicais, entre os quais “Abril em flor”, na noite de 24 de abril, no Terreiro do Paço, constam do programa das Festas de Abril em Lisboa, que celebram a Liberdade.
“Abril em flor”, projeto do músico Vitorino, é um espetáculo que alia poesia e música ao vivo, com canções do período de resistência à ditadura e artistas como Mafalda Veiga, Márcia, Luís Trigacheiro, Zeca Medeiros e as Cantadeiras e Cantadores do Redondo, aos quais se juntam Aldina Duarte, Capicua, Carlão e Tim a dizerem, em vídeo, poemas de Manuel Alegre, Sophia de Mello Breyner Andresen, Jonas Negalha e Ruy Belo.
Durante o espetáculo, com início marcado para as 22:00, o autor de banda desenhada, ilustrador e cenógrafo António Jorge Gonçalves irá criar, a partir de algumas fotografias, um universo em desenho ao vivo a projetar no palco, que terá acompanhamento musical de Sérgio Costa, Rui Alves, Carlos Salomé, Paulo Jorge e Guilherme Duque, sob a direção de Tomás Pimentel, segundo a programação.
As Festas de Abril em Lisboa não se resumem, porém, ao concerto no Terreiro do Paço, estendem-se ao longo do mês, concentram-se sobretudo na segunda quinzena e contam com a habitual abertura de portas dos paços do concelho, no dia 25 de Abril, entre as 10:00 e as 18:00, para que a população possa entrar no centro do poder local e conhecer o edifício de estilo neoclássico.
Nos dias 21 a 23 de abril, o Festival Política regressará ao Cinema S. Jorge, com programação própria de cinema, debates, música, humor, oficinas, “para ser palco e voz do resgate da ideia de que os valores democráticos são inegociáveis, tendo na mira os casos crescentes de abraço ao autoritarismo e que levam os cidadãos a votar na sua própria negação”, como se lê na apresentação das Festas de Abril.
No que respeita a música, há ainda seis concertos dirigidos aos mais pequenos, a realizar no teatro Lu.Ca, na Ajuda, nos dias 15 e 22 de abril (com duas sessões em cada dia), e nos dias 16 e 23 de abril (com uma sessão em cada), numa seleção de Afonso Cabral, Francisca Cortesão, Inês Sousa, Isabel Minhós Martins, que também assina os textos, numa viagem para descobrir canções “que nos juntaram e que precisamos de cantar (bem alto!) para nos fazermos ouvir”.
“Liberdade, liberdade”, por Helena Sarmento, num concerto comentado por Miguel Carvalho, a realizar dia 21, no Museu do Fado, é outra das propostas musicais da Festa.
“Catarina (o Alentejo a viu nascer)”, espetáculo de teatro, no dia 21, na Biblioteca de Alcântara, remete para a trabalhadora rural, grávida, assassinada em Baleizão, por um tenente da Guarda Nacional Republicana, em 19 de maio de 1954, em pleno Estado Novo, durante uma greve de assalariadas rurais. A peça, porém conta a história de muitas mulheres obrigadas a resistir no tempo da ditadura em Portugal.
Outra produção, “Memórias de uma falsificadora”, que evoca a vida de Margarida Tengarrinha sobretudo no tempo em que criou documentos para antifascistas na clandestinidade, e a época em que esteve exilada, será representada na noite de 22 de abril, na Biblioteca de Marvila.
“Revolution Junkies – estrangeiros na revolução portuguesa”, uma criação, direção e texto de Joana Craveiro, do Teatro do Vestido, o significado e atração do 25 de Abril de 1974, é posta em cena nas noites de 23, 24 e 25 de abril, na Biblioteca de Marvila.
O Museu do Aljube fica de portas abertas no dia em que se completam 49 anos sobre a queda da ditadura, sendo possível visitar exposições temporárias, como “A artista saiu à rua”, com fotografias de Ana Hatherly da época, e “O povo está na rua – Praças e Paços das revoluções”, na manhã de dia 25, no vizinho Teatro Romano de Lisboa.
“A importância da imprensa para a memória do pré e pós 25 de Abril de 1974″, no dia 20, na Biblioteca de Belém, e “O 25 de Abril na primeira pessoa”, nos dias 20 e 27 na Biblioteca de Alcântara, são motivo de encontro.
“Sinais da Liberdade – Iconografia da Democracia no Arquivo Ephemera”, exposição que reúne imagens e objetos produzidos após o 25 de Abril de 1974, fica patente de 14 de abril a 28 de maio, no edifício do Antigo Tribunal da Boa Hora, com material iconográfico selecionado a partir do Arquivo e Biblioteca de José Pacheco Pereira.
O Mural 25 de Abril, intervencionado pelos artistas do coletivo Estúdio Boa Hora, nos dias 23, 24 e 25, na Avenida da Índia, poderá ser visto junto ao Centro de Arqueologia de Lisboa, e os Cartazes de Abril, da autoria do ilustrador Mantraste, serão criados no dia 22, no Museu Bordalo Pinheiro.
Ao todo, as Festas de Abril em Lisboa reúnem cerca de meia centena de atividades, nos diferentes equipamentos municipais, com passagem também pelas redes sociais da câmara, entre espetáculos de música, exposições, teatro, cinema, conversas e leituras, entre outras propostas culturais.
As Festas de Abril são uma iniciativa da autarquia e da empresa municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).
A programação fica disponível a partir de hoje no ‘site’ da EGEAC.
Fonte: Mundo Lusíada
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