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HMBO News – A Revisão do Mês de Julho [HM Consultores]
HMBO News
Bem-vindos à estreia da rúbrica mensal da HMBO onde referimos os 3 principais marcos de cada mês no ecossistema económico e empresarial. A edição de Julho protagoniza três subidas: preços na indústria, inflação e taxas de juro!
A Escalada dos Preços na Indústria: Abrandamento Económico
O Instituto Nacional de Estatística (INE) destaca que em julho, o índice de preços na produção da indústria transformadora subiu 25,7% (22,9% no mês anterior). Este ritmo de crescimento “reflete em grande medida o aumento de preços”, indica a mesma entidade. O índice de volume de negócios na indústria – em termos nominais – acelerou significativamente em maio, apresentando um crescimento homólogo de 29% – quando no mês anterior tinha sido de 18,7%.
Na vertente externa, os preços das importações subiram mais do que o das exportações (24,3% contra 17,2% em maio), traduzindo perdas dos termos de troca “que se têm agravado nos últimos meses devido sobretudo aos preços dos bens energéticos, contribuindo para a deterioração do saldo externo de bens.”
Na comparação com janeiro de 2020, “apenas o índice de produção na indústria apresentou um nível inferior, com os índices de volume de negócios na indústria e nos serviços, assim como o índice de produção na construção a registarem níveis superiores. Os indicadores quantitativos de síntese relativos ao consumo privado, investimento e atividade económica aceleraram em janeiro.”
No entanto, o indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, voltou a abrandar em maio, pelo terceiro mês consecutivo e após ter acelerado em janeiro e fevereiro.
Por sua vez, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, diminuiu em maio e junho, após ter estabilizado no mês precedente.
O Bicho Papão da Inflação
Depois da confirmação da subida da inflação para 8,6%, no mês de junho, espera-se que a taxa de inflação trimestral poderá ter atingido o seu teto máximo em Portugal. A previsão é da Comissão Europeia, que apontam para que a subida generalizada dos preços comece a desacelerar ligeiramente, mantendo-se a tendência de queda ao longo dos próximos meses. Contudo, no conjunto da União Europeia (UE), a inflação deverá manter-se durante mais tempo.
Em comunicado, a instituição refere que “a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia continua a afetar negativamente a economia da UE, numa trajetória de menor crescimento e de inflação mais elevada em comparação com as previsões”. Os riscos mantêm-se assim “elevados e dependentes da guerra”, notam.
É de realçar que em julho a taxa de inflação atingiu 9,1% em julho, o valor mais alto desde 1992. Espera-se que esta taxa se fixe nos 7,6% na Zona Euro e 8,3% na UE em 2022, antes de abrandar em 2023 para 4,0% e 4,6%, respetivamente – Uma vez que as pressões de restrições de oferta e os preços das matérias-primas desapareçam.
Subida das Taxas de Juro: Uma Preocupação Histórica
Em resposta à aceleração da inflação, que está em máximos históricos na zona euro, o Banco Central Europeu (BCE) aumentou as taxas de juro em 0,5 pontos percentuais – a primeira subida em mais de uma década e a maior em 22 anos.
Este aumento dos juros foi mais um passo no endurecimento da política monetária do BCE, que começou por pôr um ponto final nos programas de compra de dívida. Em março terminou o programa de emergência criado por causa da crise pandémica, e no início do mês de julho chegou ao fim o programa mais antigo, criado quando Mario Draghi ainda liderava a instituição.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que as taxas de juro subirão tanto quanto necessário para que a inflação volte para 2%. Até ao final do ano, são esperados novos aumentos da taxa diretora do BCE, que continua muito aquém da taxa diretora da Reserva Federal dos Estados Unidos (FED). A FED já avançou com três aumentos dos juros este ano, que colocaram esta taxa no atual intervalo entre 1,5% e 1,75%.
Um diferencial face à zona euro que tem alimentado a depreciação do euro face ao dólar, e que o BCE procura travar. No entanto, o BCE está a tentar manter o equilíbrio entre o combate à inflação e evitar a fragmentação da zona euro. Um trabalho difícil num contexto em que as projeções apontam para um forte abrandamento da economia europeia.
Uma evolução sentida nas taxas Euribor – que servem de indexante à esmagadora maioria dos contratos de crédito à habitação em Portugal -, agravando as prestações dos empréstimos de famílias e empresas. Além do mais, esta subida nas taxas de juro agravam o custo de financiamento dos países e a fatura com o serviço da dívida pública. Uma situação que afeta, em particular, os países mais endividados do euro, como Portugal ou a Itália. Tudo isto enquanto Itália vive um momento complicado, dada a demissão do Governo de Mario Draghi, situação que pode agravar ainda mais os juros da dívida daquele país.
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Esta foi a edição de julho da HMBO News, elaborada a 29/07/2022. Em agosto a rúbrica regressa para sublinhar os pontos principais no ecossistema económico e empresarial. Não perca!
Fonte: Assessoria
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