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Lucro do setor segurador português aumenta 58,8% no 1.º semestre

De acordo com a mais recente edição do ‘Painel de Riscos do Setor Segurador’, hoje publicada, a subida homóloga de 58,5% do resultado líquido do setor segurador é, contudo, “substancialmente impactada pelo desempenho de dois operadores de dimensão relevante – excluindo estas entidades, esse resultado encontra-se abaixo do registado no mesmo período em 2020”.

Quanto ao rendimento integral, “ainda que positivo, posicionou-se abaixo dos resultados líquidos”.

No segundo trimestre, segundo as conclusões do painel, “a solvabilidade do setor segurador nacional evoluiu favoravelmente”, com o rácio global de solvência a fixar-se nos 211%, mais 19 pontos percentuais que no trimestre anterior.

O nível de rendibilidade seguiu a mesma tendência, “com melhorias dos resultados técnicos tanto no ramo Vida — com o aumento homólogo de 136,2% a ser muito influenciado por duas empresas de grande dimensão –, como nos ramos Não Vida — com um incremento de 8,7% face o semestre homólogo”.

Segundo a ASF, mantém-se também em ‘médio-baixo’ o nível de risco de liquidez da atividade seguradora: “Em matéria de liquidez, destaca-se o ligeiro aumento do rácio de entradas sobre saídas. Não obstante, este aumento verifica-se após seis trimestres de decréscimos consecutivos, impulsionado pela evolução do ramo Vida, justificando-se assim a manutenção do nível de avaliação desta categoria de riscos em médio-baixo”, refere.

O painel aponta que o rácio de ativos líquidos detidos pelo setor segurador nacional “permaneceu globalmente estável e em níveis confortáveis”, tendo o “ligeiro acréscimo” do rácio de entradas sobre saídas traduzido a recuperação de 12 pontos percentuais, para 68,2%, do rácio apurado para o conjunto das empresas de seguros a operar no ramo Vida.

Já o rácio do conjunto das empresas Não Vida permaneceu “num nível semelhante” ao observado no trimestre transato (178%).

Relativamente aos riscos de crédito e de mercado, a ASF diz manterem-se “as preocupações quanto à eventual revisão em alta dos prémios de risco implícitos nos títulos de dívida e à reversão abrupta dos preços nos mercados acionistas, dada a perceção de desalinhamento entre a cotação dos ativos financeiros e os seus fundamentais económico-financeiros”.

“Deste modo — acrescenta – ambas as categorias mantêm a sua avaliação como ‘médio-baixo’ [no caso dos riscos de crédito] e ‘médio-alto’ [no caso dos riscos de mercado]”.

No que respeita aos riscos específicos do ramo Vida, o painel evidencia que a produção global anualizada aumentou 33,9% face ao trimestre anterior, impulsionada pelo crescimento nos seguros de vida ligados, “em linha com a reformulação da estratégia de negócio de alguns operadores de relevo, em curso desde o final de 2019 e motivada pelo ambiente prolongado de taxas de juro muito baixas”.

“Assim, esta necessidade de restruturação do modelo de negócio do ramo Vida, numa perspetiva da gestão de riscos e das necessidades de solvência dado o contexto macroeconómico justifica a manutenção desta categoria de riscos em ‘médio-alto'”, refere.

Em simultâneo, verificou-se a redução em cadeia do montante total de resgates, em 4,2%, e da taxa de sinistralidade dos seguros vida risco, em 1,5 pontos percentuais.

Quanto aos ramos Não Vida, observou-se um “ligeiro acréscimo” do valor anualizado dos prémios brutos emitidos (0,7%), notando-se uma “tendência de desaceleração da produção”.

Por outro lado, o aumento do valor anualizado dos custos com sinistros ao nível dos segmentos ‘Automóvel’ e ‘Doença’ refletiu-se no aumento das respetivas taxas de sinistralidade.

Na modalidade ‘Acidentes de Trabalho’, apesar do aumento dos custos com sinistros também ocorrido, o painel nota que estes foram acompanhados por um aumento da produção, resultando assim numa taxa de sinistralidade semelhante à do trimestre anterior.

“Os referidos aumentos dos custos com sinistros refletem uma trajetória de normalização da atividade após as quebras registadas no primeiro semestre de 2020, motivadas pelas medidas de confinamento, perspetivando-se a manutenção desta tendência, o que justifica a conservação da avaliação desta categoria de riscos no nível médio alto”, ressalva a ASF.

Fonte: Notícias ao Minuto

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