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Mesmo com pandemia, brasileiros levam negócios e investimentos para Portugal
Para fomentar os novos negócios e o desenvolvimento da economia, Portugal abriu neste segundo semestre de 2021 o programa “Portugal 2030” com investimento de subsídios para internacionalização de empresas no mercado português. “No programa existem várias linhas de incentivos tanto para iniciar um projeto, como para fazer a ampliação global da empresa, ou seja, internacionalizá-la através de Portugal”, explica Cristinna Araújo, CEO da My Euro Business. Nesse contexto, empresários do Brasil buscam orientações para internacionalizar empresas no mercado europeu.
O número de empresas brasileiras que apostam na internacionalização ainda é pequena em relação ao número total de organizações nacionais com operações no país, mas há uma tendência de crescimento para investimentos no mercado internacional.
A UE tem uma população de mais de 500 milhões – ou seja, 500 milhões de clientes potenciais com alta renda per capita. E os consumidores europeus têm uma mentalidade internacional, buscando os melhores produtos do mundo. Mesmo durante o pior da recessão da zona do euro, as importações estavam aumentando.
Thiago Cavalcante, Cofundador da Inflr, empresa focada na criação de soluções de marketing digital usando a tecnologia mais recente para influenciadores, viu na expansão internacional para Portugal uma oportunidade de crescimento, estabilidade e credibilidade para seu negócio.
“O Brasil é muito avançado, nós somos o terceiro maior do mundo em algumas redes sociais, e nós temos em média 137 milhões de usuários com celular. Então somos o que há de mais novo em rede social, e os outros países acabam tendo uma cópia do que a gente faz. O mercado português é muito grande, com muita receita concentrada, então para qualquer negócio, independentemente de ser digital ou não, vale a pena expandir. A My Euro Business foi muito interessante para a gente no contexto e no formato de nos auxiliar com subsídios de Portugal. Além de já termos o desejo de expandir, ter o subsídio do governo da Europa, que consegue arcar com até 70% dos nossos custos foi um dos principais motivadores.”, afirma Thiago.
Outra empresa que deu seus primeiros passos para expansão internacional, com foco em Portugal, foi a MyZapCard, plataforma de cartão de visitas digital inteligente e integrado com networking digital e otimizado. “A internacionalização sempre esteve em nosso roadmap, e como nós temos uma veia muito forte voltada para o ESG, nós sempre tivemos a ambição de impactar positivamente não só o Brasil, mas também o mundo. Escolhemos Portugal não apenas pela ausência de barreiras linguísticas, mas também devido aos programas e incentivos do governo português, (…) além do fato do país ter a ambição de se tornar um polo de tecnologia”, destaca Raffael Mesquita, CEO da MyZapCard.
Emprego em Portugal
O destino se mantém na mira dos brasileiros que buscam pela imigração e uma colocação de trabalho na Europa.
Um levantamento do IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional de Portugal mostra que há mais de 23 mil vagas de empregos sem candidatos cumprindo os requisitos necessários para contratação. Segundo especialistas locais, essa situação não acontece desde 2017, segundo reportagem da TVI 24, rede de televisão portuguesa.
As vagas abertas estão associadas aos setores de construção civil e restauração, entre outros. Ainda neste momento há menos imigrantes em Portugal, devido a pandemia. O site do IEFP mostra que estão disponíveis mais de 8 mil vagas para estrangeiros em diferentes cidades portuguesas. Confira as vagas disponíveis no IEFP>>
Para o Cesar Damião, CEO da Global Trust, empresa que presta consultoria no segmento de investimentos imobiliários em Portugal, esse é mais um motivo para investir no Golden Visa, que beneficia compradores de imóveis com valor a partir de € 500 mil, em troca da autorização de residência permanente.
“Uma das grandes preocupações quando o assunto é imigração, é a questão do emprego. Portugal é um país repleto de oportunidades e a maioria dessas vagas são em construção civil e restaurantes. Mas também há diversas vagas em hotelaria e tecnologia, que vêm crescendo muito na região. Com as mudanças do parlamento para o programa Golden Visa, estamos na reta final para quem quer comprar seu imóvel em Lisboa, Algarve, Porto e demais áreas do litoral”, explica o especialista.
Alterações Golden Visa
Segundo Ana Elisa Bezerra, vice-presidente da LCR Capital Partners no Brasil, empresa que presta assessoria para famílias interessadas em imigrar para Portugal por meio do Golden Visa, investir em Portugal tem se tornado cada vez mais atraente para aqueles que buscam uma segunda nacionalidade, para si e familiares.
O governo português fará alterações nas regulamentações do Golden Visa, a partir de 1 de janeiro de 2022, aumentando o valor exigido em quase todas as modalidades para a aplicação do visto, além de retirar Lisboa, Porto e Algarve como regiões qualificadas para a compra de imóveis residenciais.
“As alterações são consideráveis e, por ser um processo com vários passos e que exige uma grande quantidade de documentações, o ideal é que o interessado inicie o processo de aplicação para o programa até outubro deste ano” diz Ana Elisa Bezerra.
O objetivo do governo em tirar regiões como Lisboa, Porto e Algarve das zonas qualificadas para o programa, é atrair mais investimentos e pessoas para zonas rurais e centros urbanos menores a fim de movimentar a economia e população desses locais.
“O mercado imobiliário de Portugal, como um todo, está sendo muito valorizado nos últimos anos, principalmente Lisboa, o que acabou inflacionando os valores dos imóveis. Pensando em diminuir essa supervalorização e expandir a urbanização para outras regiões, o governo decidiu implementar essas alterações bastante significativas para quem deseja investir no país”, comenta Ana Elisa Bezerra.
Vale ressaltar que não haverá mudança no valor mínimo de investimento para o setor imobiliário – que atualmente é a partir de 500 mil euros. Já os imóveis comerciais em Lisboa, Porto e Algarve (escritórios, centros comerciais e hotéis) continuarão elegíveis em 2022.
Outra forma de investir no país, que tem se tornado cada vez mais popular, é por meio de fundos de investimento. O mercado de fundos é altamente regulamentado, o que torna uma opção segura e oferece tranquilidade para os investidores internacionais, uma vez que o gestor do fundo, o Banco Depositário e a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) supervisionam todo o processo.
“A chegada da pandemia, e a impossibilidade de viajar para o exterior, fez com que investidores tivessem um olhar mais atento para este tipo de modalidade, pois não há necessidade que o interessado vá até o país para conhecer onde está investindo, como ocorre na compra de imóveis. Ainda que seja possível fazer a compra do imóvel sem uma visita presencial, muitos não se sentem confortáveis em finalizar a transação somente com visitas virtuais. A modalidade de investimento em fundos ficou, então, ainda mais atrativa”, complementa Ana.
O valor mínimo para investir na opção de Fundo que qualifica para o Golden Visa Português é de €350.000, porém, em janeiro de 2022 o valor aumentará para € 500.000.
Há uma série de benefícios que podem ser destacados para quem tem o interesse em investir por meio dessa opção, por exemplo no âmbito fiscal. A propriedade direta envolve diversos impostos de aquisição, aluguel e eventual venda, e os fundos estão isentos de muitos desses impostos.
A especialista ainda destaca retornos acima do mercado comparado a outras opções de investimento do Golden Visa Português.
Fonte: Mundo Lusíada
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