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MIMO Festival chega ao Porto com mais de 50 atividades gratuitas
Depois de uma pausa forçada pela pandemia, o MIMO FESTIVAL está de volta, numa edição de estreia na cidade do Porto. Nos três dias de festival, de 23 a 25 de setembro, o MIMO encerra o verão na Invicta com mais de 20 concertos, 11 DJ Sets, 8 workshops, oficinas e residências no Programa Educativo, além de diversas atividades de arte, performance e tecnologia dedicadas à Amazônia; sem dispensar a mítica Chuva de Poesia, que este ano acontece na emblemática Livraria Lello.
Locais do Centro Histórico do Porto, classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, como o Largo Amor de Perdição, Jardim da Cordoaria, Reitoria da Universidade do Porto, Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, Jardim das Virtudes, Palácio de Cristal e as Igrejas do Carmo, dos Carmelitas Descalços, de São José das Taipas, de Nossa Senhora da Vitória e de São Bento da Vitória, fazem parte da “sonosfera ultigeográfica” que o MIMO promoverá.
Tendo como premissa dar a conhecer o que de melhor se faz na música na atualidade, em Portugal e no mundo, entre nomes consagrados e novos talentos, o MIMO proporciona uma experiência única e o contacto com representantes de diferentes gêneros musicais e culturas.
Para Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, “trata-se de um acontecimento marcante na vida cultural da cidade. A programação do MIMO, a que a sua programadora e a sua equipa nos habituaram, enche-nos de entusiasmo, porque sabemos que quem vive no Porto e quem nos visita vai ter um leque de escolhas único e um conjunto de propostas artísticas e culturais de elevadíssima qualidade e, ainda por cima, totalmente acessível a todos, uma vez que todos os espetáculos e todas as iniciativas pedagógicas são de acesso livre.”
Atrações
Depois de quatro edições, entre 2016 e 2019, passar pela cidade de Amarante e as margens do rio Tâmega, o sonho antigo de Lu Araújo, criadora do MIMO Festival, nascido em 2004 na cidade brasileira de Olinda, realiza-se ao trazer o conceito para o Porto.
Serão 11 palcos distribuídos pelo centro histórico do Porto, no largo Amor de Perdição está o principal deles, onde sobem nomes como os brasileiros Emicida, Chico César, ou Orquestra Voadora, com sua música pautada por uma mistura de ritmos como rock, funk, pop, jazz com os tradicionais frevo, samba e maracatu. No MIMO Porto o coletivo faz um concerto/cortejo e um baile de Carnaval, onde o público poderá provar, afinal, a fusão de samba, frevo, maracatu, afrobeat, bandas sonoras de filmes do Tarantino e perceber o que é que a Orquestra tem.
A cantora e compositora franco-nigeriana Asha, o multi-instrumentista congolês Ray Lema ou os portugueses Branko, o pianista Pedro Burmester com o quarteto de Cordas de Matosinhos e a dupla Maria João e Mário Laginha dividem o palco.
O nome mais importante do hip hop brasileiro da atualidade, Emicida fará a primeira apresentação do premiado álbum “AmarElo” em Portugal, no MIMO Porto. Já o jornalista, poeta, compositor e intérprete Chico César, mostrará porque está, há 31 anos, a consolidar uma das mais sólidas carreiras na Música Popular Brasileira, lançando seu 10º álbum de sua carreira: “Vestido de amor”.
Nas igrejas do Carmo, Carmelitas, Taipas ou São Bento da Vitória reinará a música clássica e instrumental com a atuações da pianista ucraniana Valentina Lisitsa, um fenômeno na internet, mas também de Nishat Khan, um tocador de sitar indiano que virá ao Porto pela primeira vez, ou a soprano brasileira Chiara Santoro, que apresentará um recital de celebração dos 200 anos da Independência do Brasil.
Ainda participam os luso-cabo-verdianos Mario Lucio & Os Kriols, a rapper e atriz KT Gorique, os VJ’s Thiago Montano e Astronauta Mecanico… e ainda um espaço inédito dedicado à cultura Sound System com Channel One, Brother Culture e Ministereo Público.
Para os amantes do jazz, imagine fechar os olhos e ouvir as notas elegantes e precisas da música de Miles Davis a ecoar pelo Porto. É o que promete Gileno Santana, trompetista, arranjador, docente e compositor luso-brasileiro ao executar a obra-prima de Miles, “Kind of Blue” ao vivo e na íntegra, com uma super banda de músicos residentes no Porto, que reproduzirá os acompanhamentos de Bill Evans, Wynton Kelly, John Coltrane, Paul Chambers e Jimmy Cobb.
CASA COMUM AMAZÔNIA
Em parceria com a Universidade do Porto e o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, o festival apresenta uma série de atividades dedicadas à Amazônia brasileira, através do olhar de artistas multidisciplinares nascidos na região, de diferentes etnias, tendo como pano de fundo a maior floresta tropical do mundo.
Casa Comum Amazônia reúne palestras, exibições de artes visuais e performances de artistas como Uýra Sodoma, Bqueer, que traduzem, a partir das suas linguagens artísticas e das suas mundivisões, a ideia do Planeta Terra como casa comum de todos os seres vivos, utilizando arte e tecnologia como meios, desconstruindo narrativas ocidentais hegemônicas.
Inspirado nas palavras do líder indígena Ailton Krenak, Casa Comum é um projeto de pesquisa artística que nos fala a partir da cosmovisão dos povos indígenas, apelando a que toda a Humanidade trate o globo terrestre como a casa comum de todos os seres vivos. Foi criado para o ambiente digital, tem como diretor artístico o brasileiro Renato Rocha e desenvolveu-se a partir de uma estreita colaboração entre artistas digitais do Brasil e do Reino Unido – como o estúdio criativo londrino SDNA – e 10 artistas multidisciplinares da Amazônia. Cada um trouxe propostas relacionadas com a ideia, e a Floresta Amazônica serviu como base para todos se reunirem em residência imersiva e conhecerem-se pessoalmente.
Entre a Comunidade Indígena Sateré Mawé e a Vila Waikiru, nas margens do Rio Negro, e depois isolados na floresta na vila Tupana Mehua, os artistas Alcimar Vieira Reis, André Sateré Mawé, Elizete Tikuna, Emerson Uýra, Jaqueline Santos, Jayne Kira, Rafa Militão, Rafael Bqueer, Roberta Carvalho, Wellington Dias, inspirados pelo que os cercava, realizaram uma performance dentro do ambiente da maior floresta tropical do mundo.
O desdobramento deste projeto multicultural e multimédia, será apresentado dentro da programação em diversos espaços da Universidade do Porto, como a Galeria da Biodiversidade, o Museu de História Natural e da Ciência e a Reitoria.
Com a sua programação dedicada à música do mundo, música instrumental, jazz, música brasileira e música portuguesa, o MIMO Festival já levou aos seus palcos no Brasil e em Portugal grandes artistas em diferentes cidades.
Confira toda a programação no site do festival:
https://mimofestival.com/portugal/concertos/
Fonte: Mundo Lusíada
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