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Primeiro-ministro português visitará Angola em junho para assinar pacote de cooperação
O primeiro-ministro português, António Costa, vai visitar Angola em junho, a convite do Presidente angolano, para assinar o novo pacote de cooperação estratégica, que está a ser fechado pelos dois governos.
No final de uma reunião com João Lourenço, à margem da 36.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) na Etiópia, António Costa disse que o encontro visou também avaliar como é que dois países podem “ajudar a dar um novo impulso a esta relação entre a Europa e África”.
“Foi importante para fazermos o ponto da situação dos diferentes temas bilaterais que temos sempre em desenvolvimento, apontarmos uma data para a minha próxima visita a Angola e para podermos assinar o novo pacote de cooperação estratégica”, explicou António Costa no final da reunião.
Quanto à data específica, António Costa remeteu essa informação para o Presidente angolano, embora adiantando que “será no princípio de junho”.
“Os acordos anteriores estão a ser ultimados, os problemas técnicos que ainda bloqueavam algumas das linhas de financiamento” e a “senhora ministra das Finanças de Angola esteve em Lisboa em dezembro” e “o nosso ministro das Finanças estará no próximo mês em Luanda” para tratar desses assuntos.
Até à visita, “do ponto de vista técnico, os programas ficarão resolvidos” para o “novo plano estratégico de cooperação que vigora para o próximo triênio”, acrescentou.
No plano das relações bilaterais e no papel de Portugal como intermediário de África junto da União Europeia, António Costa destacou também candidaturas a financiamentos internacionais.
“Uma das áreas de trabalho que julgamos poder desenvolver com Angola no futuro é um grande corredor logístico entre a bacia do [rio] Dande e o porto de Sines”, explicou.
Na “semana passada apresentamos essa candidatura a um financiamento no quadro da União Europeia, no grande programa de investimentos estratégicos que a União Europeia tem, identificando este [projeto] como um grande corredor estratégico” para os dois continentes, acrescentou.
Na foz do rio Dande, o governo de Luanda quer construir um Terminal Oceânico que irá servir como plataforma logística do país e na ligação ao interior da África Austral.
África
Neste sábado, o primeiro-ministro português afirmou que a invasão da Ucrânia não pode retirar a atenção da Europa em relação a África, salientando que é preciso fazer cumprir os projetos conjuntos dos dois continentes.
“Não obstante o que está a acontecer na Ucrânia, não obstante o que está a acontecer na Europa, é fundamental continuarmos a desenvolver o trabalho que está em curso para criar esta nova união entre a Europa e o continente africano”, afirmou António Costa à Lusa, à margem da cimeira em Adis Abeba.
A cimeira UE com a UA, em fevereiro de 2022, “foi um grande sucesso”, mas, logo a seguir, a “Europa foi fortemente atingida pela guerra com a invasão da Ucrânia pela Rússia e isso, naturalmente, acabou por desviar um pouco as atenções”.
Portugal participa como observador na cimeira deste fim de semana da União Africana, em Adis Abeba, uma “grande distinção” que António Costa quer utilizar para dar uma mensagem de solidariedade ao continente, palco de golpes de Estado e conflitos internos vários, a que se somam a tradicional insegurança alimentar.
“O que está a acontecer na Europa é absolutamente terrível, a invasão da Ucrânia é uma barbaridade, uma violação total do direito Internacional, temos dado todo o apoio à Ucrânia para que o direito internacional vença e a paz triunfo nesta guerra, mas não podemos esquecer que há mais mundo”, afirmou.
No seu entender, “a Europa tem que seguir a sua trajetória de abertura ao mundo e de estreitamento das relações com outras partes do mundo”, afirmou o primeiro-ministro português, confiando, por exemplo, que, no próximo semestre, durante a Presidência espanhola, “se conclua finalmente o acordo entre a União Europeia e o Mercosul”.
Em Adis Abeba, “a minha vinda aqui a esta cimeira também tem esta mensagem: a União Europeia não esquece o que é que tem que fazer e continuar a fazer” nas relações entre os dois continentes.
Durante o dia de hoje, à margem da cimeira, o primeiro-ministro realizou mais de dez reuniões bilaterais.
“Têm sido todas bastante frutuosas, umas têm mais a ver com a cooperação militar no quadro de missões em que estamos em conjunto, como na República Centro-Africana, outras têm a ver com investimentos de empresas portuguesas nesses países, outros tem a ver com novas oportunidades de projetos que podemos desenvolver em conjunto”, resumiu António Costa.
Fonte: Mundo Lusíada
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