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Produção de cereja em Portugal deve triplicar este ano em relação a 2020

A campanha de cereja deverá ser “muito positiva” este ano e triplicar a produtividade face a 2020, enquanto a produção de pêssego deverá também aumentar, para “níveis próximos da média dos últimos cinco anos”, informou o INE.

Segundo as previsões agrícolas em 31 de maio do Instituto Nacional de Estatística (INE), já quanto aos cereais de outono/inverno “não se confirmaram totalmente” as expectativas iniciais, “embora se mantenham previsões de aumento de produtividade no trigo mole, cevada e aveia (+5%) e de manutenção no trigo duro, triticale e centeio”.

Relativamente à campanha da cereja, e “apesar de algumas dificuldades nas variedades mais precoces, deverá atingir um rendimento unitário acima das 3,7 toneladas por hectare, o triplo do alcançado em 2020”.

“Na cereja, regista-se um atraso de cerca de duas semanas no início da campanha, sendo que a maioria dos produtores apenas começou a colher os frutos na terceira semana de maio. Para este facto contribui a maturação mais tardia das variedades precoces e a falta de qualidade comercial da primeira produção destas variedades, muito afetada pela precipitação dos últimos dias de abril e primeiros de maio”, nota o INE.

Ainda assim, o instituto ressalva que “a principal fatia de produção provém das variedades de estação, que têm amadurecido em condições favoráveis”, pelo que se prevê “um significativo aumento de produtividade face à campanha anterior (+200%)”, que foi “a quarta pior das últimas três décadas”.

Economia do setor

Na sexta-feira, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, destacou o contributo do setor agroalimentar para a economia portuguesa, sublinhando que o seu crescimento permitiu tornar “muito expressiva” a taxa de cobertura das importações pelas exportações.

“Hoje somos capazes de produzir 85% daquilo que consumimos, em termos médios, e a nossa taxa de cobertura é muito expressiva”, afirmou a governante, na cerimônia de inauguração de uma fábrica de processamento de nozes no concelho de Évora.

Segundo a ministra, a taxa de cobertura das importações pelas exportações (percentagem de compras ao estrangeiro que é compensada pelas vendas) em 2000, era de “cerca de 36%” e, no ano passado, chegou “praticamente aos 69%”.

“Estamos num caminho muito positivo para garantirmos aquilo que também aspiramos ao nível da Europa”, que é “a nossa autonomia estratégica e o contributo para a coesão territorial e para o combate às assimetrias e às desigualdades”, disse.

Elogiando a agroindústria portuguesa, Maria do Céu Antunes sublinhou que, em 2020, “seguramente o pior ano da história contemporânea”, devido à pandemia de covid-19, o setor “continuou a aumentar as exportações em 2,5% e a agricultura em 5,5%”.

“E, daí, a importância de dispormos de instrumentos que complementem e que transmitam ao setor que o rendimento e a segurança dos sistemas alimentares têm que ser alavancados por processos que digam respeito à introdução de tecnologia, a chamada digitalização, mas também a práticas mais ecológicas e mais verdes”, apontou.

Entre outros apoios, a ministra lembrou que “o Governo decidiu colocar 93 milhões [de euros] diretos para uma agenda mobilizadora para a agricultura”, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, aprovado na última semana pela Comissão Europeia.

Fonte: Mundo Lusíada

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