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Projeto europeu visa criar processos de tratamento de águas residuais

Em comunicado, o instituto afirma que os atuais processos de tratamento de águas residuais “não são eficazes” na eliminação de fármacos ou microplásticos.

“A monitorização de poluentes emergentes em Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) diz-nos que a eficiência de remoção de produtos farmacêuticos é variável”, observa o ISEP, acrescentando que alguns dos medicamentos, mediante a sua classe terapêutica, são “mesmo devolvidos na sua totalidade através de descargas contínuas”.

Nesse sentido, os investigadores do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE) do ISEP vão, no âmbito do projeto europeu BioReset, procurar contribuir para o desenvolvimento de novos processos de tratamentos de águas residuais “simples, eficientes e sustentáveis”.

“Medidas que contribuam para a reutilização e recuperação de águas tornam-se urgentes”, acrescenta.

De acordo com o instituto, ao longo do projeto serão usadas diatomáceas [microalgas] para avaliar o sucesso dos tratamentos de conservação e restauro dos ecossistemas.

Do mesmo modo, será potenciado o desenvolvimento de sensores eletroquímicos para facilitar a monitorização de poluentes.

Citado no comunicado, o investigador do ISEP responsável pelo projeto, Hendrikus Nouws, esclarece que ao longo do BioReset o foco será o “desenvolvimento de uma estratégia de concentração-degradação-purificação” para alcançar a “melhoria da qualidade da água”.

“Essa estratégia será realizada através da recuperação e aproveitamento de resíduos florestais e agroalimentares, que serão transformados em matérias–primas valiosas e muito úteis para a síntese de biossorventes por processos hidrotérmicos”, explica o investigador, acrescentando que, posteriormente, serão desenvolvidos métodos para regenerar e reciclar os biossorventes.

A monitorização dos poluentes emergentes, levada a cabo pela empresa Águas do Centro Litoral, que é um dos parceiros do projeto, permitirá “conhecer o estado de contaminação dos influentes e efluentes”, bem como usar os tratamentos desenvolvidos para criar um retrato da presença de fármacos e microplásticos, conhecendo a sua correlação com os efeitos nas comunidades de diatomáceas, trabalho que ficará a cargo do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).

Deste projeto, financiado pela ação COFUND BiodivRestore, os investigadores esperam que possa ser possível produzir dados, metodologias e informações para legisladores, gestores de ETAR e outras entidades.

Constituído por sete parceiros de quatro países diferentes, o projeto BioReset tem um valor global de 898 mil euros.

Fonte: Notícias ao Minuto

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